segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Linux: como fazer uma boa migração?, por Computerworld, EUA

Está de mudança de Windows para Linux? Especial do Computerworld norte-americano mostra como sua empresa pode fazer uma boa migração e levar tudo o que lhe interessa.
Então sua empresa decidiu trocar Windows por Linux. De fato, assim como outras companhias ou usuários que decidiram seguir pelo menos caminho, é bem provável que você esteja tomando esta iniciativa para se beneficiar da estabilidade do Linux e da confiabilidade dos padrões abertos. Agora, tudo o que precisa fazer é preparar cuidadosamente este passo.
Uma preparação cautelosa significa não apenas instalar Linux em seu sistema - seja computador já existente ou em uma máquina completamente nova - mas também transferir documentos, marcadores, preferências e configurações do sistema. Em algumas ocasiões também será necessário encontrar aplicações equivalentes em código aberto para aplicações de Windows que você já usava anteriormente.
Para auxiliar sua empresa nesta tarefa, a edição norte-americana do Computerworld preparou três dicas sobre abordagens próprias para a migração. No entanto, antes de escolher qualquer uma delas, lembre-se sempre que, para qualquer tipo de opção de migração, é importantíssima a realização de um backup completo de qualquer dado que você não queira substituir.
Se você escolher migrar documentos para novos formatos, mantenha originais inalterados - se um documento particular não pode ser convertido corretamente agora, você sempre poderá ter o original como referência. Tendo esse como ponto de partida, vamos aos modelos.
1-) Deixe que o Ubuntu faça parte do trabalho por você. O Ubuntu é uma das distribuições Linux mais populares e atualmente é a maior que traz ferramentas de migração integradas como parte de seu processo de instalação. O sistema tenta fazer a migração para Linux o mais fácil possível, permitindo que você migre arquivos de usuários e mesmo algumas configurações de sistemas já existentes em instalações Windows.
Basicamente se essa for sua opção, verá que, ao iniciar o processo de instalação do Ubuntu, ele vai escanear todos os drives disponíveis do sistema atual e vai procurar instalações Windows. Se ele encontrar uma, vai mostrar todos os usuários registrados nessa instalação Windows e permitirá que você escolha quais deles pretende migrar para Ubuntu, assim como o tipo de dados que será copiado.
As escolhas, porém, não são muito granulares - não é permitido elencar quais arquivos específicos copiar, por exemplo, mas categorias gerais de arquivos. Você pode escolher seus favoritos do Internet Explorer, por exemplo, ou seu papel de parede, seu avatar e ainda conteúdos da divisão "Meus Documentos" como músicas e figuras.
Outro fator interessante está relacionado ao atualizador do Ubuntu. Ele trabalha independente do destino do código do dado. Se você tiver Windows em uma partição ou disco e quiser instalar Ubuntu em algum outro lugar além daquele onde o Windows está, o atualizador vai copiar configurações Windows e documentos que encontrar. Neste formato, a atualização é totalmente "não-destrutiva" o que significa que os dados originais não são tocados de forma alguma.
Se você ficou curioso, pode ler sobre propostas para o futuro para a migração do Ubuntu nos wikis da distribuição.
2-) Use uma aplicação de terceiros. Se você estiver usando uma distribuição Linux que não tem ferramentas de migração integradas e se não estiver confortável com a idéia de tentar mudar coisas de lugar por conta própria, utilidades de outros fornecedores podem ajudar. No entanto, tenha em mente que essas ferramentas tendem a ser escritas preferencialmente para empresas e usuários corporativos.
A MoreOver4, por exemplo, é uma aplicação comercial que se encarrega de migrar as coisas mais importantes contidas no computador - documentos, configurações de aparência e navegação, fontes, preferências, entre outras. Isso tira muito do tédio trazido por migrar coisas manualmente.
O único porém do MoreOver4 é que ele ainda suporta poucas distribuições Linux. Atualmente a versão 4.0 do programa só está disponível para migrações a Novell Linux Desktop 9 e Linspire 5.0. A versão anterior, 3.0, só suportava Sun Java Desktop e Fedora Core 2.
Dito isso, vale ressaltar também que existe uma divisão aberta do produto, o OpenMoreOver, que consiste na edição comunitária dos componentes de Linux. Essas partes podem ser utilizadas pelos desenvolvedores para criar ferramentas de migração para outras distribuições.
Outro produto do gênero é o Desktop Migration Agent, da Alacos, que migra documentos e várias configurações do Windows. Também é destinada especialmente para corporações e não usuários finais. Uma das grandes vantagens é o fato de suportar distribuições como Red Hat Enterprise Linux, SUSE, Novell Linux Desktop e Fedora Core.
3-) Faça você mesmo. Também é totalmente possível transferir dados e configurações manualmente de sua instalação Windows para Linux.
Se você estiver adicionando Linux a uma máquina existente, a forma como você lida com seus dados vai variar com base no exato processo de migração. Por exemplo, se você estiver reescrevendo a partição ocupada pelo Windows hoje, você precisará fazer backup em todo o material instalado - um drive externo ou outra partição que não será tocada durante a migração pode deixar as informações a salvo. Se você vai preservar a partição Windows por enquanto, tudo pode ser simplesmente copiado diretamente de lá.
A maior parte das distribuições Linux tem algum guia sobre como migrar documentos e configurações de aplicações. O Ubuntu, por exemplo, cobre a maioria dos pontos em sua própria documentação - incluindo detalhes sobre como mudar o correio eletrônico do Outlook e Outlook Express para o formato Thunderbird.
A maioria das distribuições Linux coloca os arquivos usuários - documentos, e-mail e aplicações - em um diretório - tipicamente chamado de /home/. A hierarquia exata de subdiretórios naquele diretório fica geralmente a critério daquele usuário. Você poderia, por exemplo, criar manualmente subdiretórios chamados de "Filmes", "Documentos" ou "Banco de Dados" e salvar os arquivos apropriados nesses diretórios.
Algumas aplicações também criam diretórios ocultos em seu diretório /home para armazenar dados específicos do usuário. O Firefox, por exemplo, cria um diretório chamado /.mozilla/firefox. Mas existe uma pequena chance de que o nome de qualquer diretório que você crie possa colidir com outro diretório.
Mudar tudo manualmente não é tão difícil se a maior parte dos dados com os quais você trabalha não estiver intimamente associada com sua instalação Windows. Por exemplo, se você mantiver todos os seus dados de usuários em outro drive ou simplesmente um diretório não-aplicação em vez do diretório do Windows \Documents and Settings\, então os documentos poderão ser simplesmente deixados no lugar e acessados por aí.
Se mantiver seus dados na árvore \Documents and Settings\ e estiver copiando aquela informação intacta ou empacotando-a em um arquivo, você pode geralmente preservar a estrutura de diretório existente simplemente pela cópia de tudo isso dentre o \Documents and Settings\ e, posteriormente, desempacotar tudo dentro de seu diretório doméstico de Linux.
Se você quiser mesmo ser cauteloso, crie um diretório no diretório doméstico de Linux e restaure seus arquivos para lá, de forma a minimizar as chances de que seus arquivos restaurados possam colidir com algo criado por uma aplicação ou sistema. Tudo pode sempre ser modificado posteriormente.
Também é possível apenas copiar os conteúdos ou pastas de perfil de um sistema para o outro. O website da Mozilla, por exemplo, tem algumas instruções sobre como mover perfis tanto para o Firefox quanto para o Thunderbird. No entanto, você também pode copiar coisas de forma seletiva. Se tiver marcadores Firefox que você quer transportar de Windows para Linux sem ter que recriá-los manualmente, você só precisará copiar o arquivo bookmarks.html para o lugar apropriado no Linux.
Situação das aplicações
Outro ponto de atenção deve ser levantado para o manejo de documentos durante o processo de migração. A dica básica é que o usuário mantenha pelo menos três cópias de qualquer documento:
a) arquivo original. Aquele que você mantinha antes de começar o processo de migração. Se você preservar sua partição Windows, o arquivo original pode ser mantido como parte dele.
b) backup offline número 1. Esta é uma cópia em outro drive com nível médio de segurança.
c) cópia migrada. É aquela que você está trabalhando agora, convertida para um novo formato.
Se você estiver migrando a partir de formatos proprietários - como o .doc para o .odf - é melhor levar o documento em questão para uma nova plataforma e salvá-lo no novo formato antes de tentar fazer qualquer tipo de trabalho com ele.
Conclusão
Mesmo que muitas pessoas que migram do Windows para o Linux façam isso com a intenção de permanecer no código aberto, é sempre importante lembrar como você chegou lá. Se você tem backups de todos os seus documentos originais e configurações de usuários, sempre terá possibilidade de retornar, caso não se encontre no modelo Linux. Mas o ideal é sempre acreditar e trabalhar para que o Linux possa ser sua nova casa para os anos vindouros.

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